Na sequência dos anteriores posts sobre a problemática do lixo, a importância da reciclagem e necessidade da adopção de novas abordagens, como a redução, o reaproveitamento, a reutilização ou a recuperação, descobri o site da CONFAGRI, cuja secção sobre o Ambiente é muito interessante e vale a pena visitar.
Mas o que realmente me chamou a atenção (e fiz questão de partilhar aqui), foi uma secção denominada “Objectos Úteis” onde descobri, maravilhada, uma selecção fantástica de projectos explicando como fazer objectos úteis a partir de resíduos, ou seja, de... lixo!
É um bom ponto de partida para começar a reaproveitar, não?
R é uma letra que há muito se tornou um símbolo do “estilo verde”. É por R que se iniciam uma série de palavras-chave para a alteração do estilo de vida moderno adequando-o ao necessário respeito pela natureza e contribuindo activamente para a salvação do planeta.
Reciclar - Reduzir - Reutilizar - Reaproveitar - Remodelar
O mais engraçado é que algumas destas palavras interagem umas com as outras. Por exemplo: ao reutilizar e ao reaproveitar está simultaneamente a reduzir e, de certa forma, a reciclar.
Pessoalmente gosto muito de reaproveitar. Agrada-me o desafio de olhar para um objecto e arranjar uma forma de o reinventar para que possa continuar a ser-me útil, salvando-o de ir para o lixo.
Durante a última época festiva apareceu-me uma pequena caixa de esferovite que originalmente serviu para o acondicionamento de uns artigos em cerâmica. Por se tratar de um material de difícil reciclagem e não bio-degradável, tinha que lhe arranjar um destino que não fosse o lixo. Habitualmente reutilizo este material desfazendo-o em pequenos pedaços que uso para fazer a camada de drenagem nos meus vasos, mas não tinha plantas para envasar e, além disso, a dita caixinha era tão jeitosa...! Por outro lado tinha uma data de bolbos à espera que lhes comprasse vasos ou floreiras para os plantar. Então decidi converter a caixa numa floreira. Foi bastante fácil, ora vejam:
1. Comecei por lhe fazer alguns furos no fundo (neste caso foram 6) para o escoamento da água. A maneira mais fácil de fazer furos neste tipo de material é utilizando uma vara de metal aquecido no fogão (pode ser uma chave de fendas). | | |
| 2. Depois, peguei nas tintas da minha filha (guache) e fiz uma mistura que deu um resultado meio-tijolo-meio-roxo e cobri toda a superfície da caixa. (Atenção que o esferovite é bastante impermeável por isso a cobertura não ficou muito uniforme e ficou bastante mais clara que a cor original.) Deixei secar durante a noite. (demora a secar por ser uma superfície difícil). No dia seguinte escureci e engrossei a mistura original e apliquei umas riscas. Pintei também uma covete de isopor (daquelas da carne), para servir de prato, e deixei tudo a secar durante outra noite. | |
3. De seguida era preciso impermeabilizar a pintura (o guache é solúvel na água, como certamente sabem) para que a nova floreira pudesse ganhar um espaço na varanda. Para isso usei cola branca de madeira (em pote, não em bisnaga). Comprei um pequeno pote e pincelei por cima da superfície pintada. Fica tudo muito branco, como podem ver, mas esta cola seca transparente (*) deixando o acabamento com um leve brilho acetinado, bem bonito. (*) verifiquem na embalagem que a cola é transparente depois de seca, porque existem variedades em que isso não acontece. Em caso de dúvida consultem o funcionário. | | |
| 4. E cá está o resultado final. Uma floreira onde plantei alguns dos meus bolbos e que agora aguardo ansiosamente me presenteiem com umas belas flores (lá mais para a Primavera, claro!). Ficou baratíssimo e nem deu assim muito trabalho, ao todo devo ter gasto umas 2 horas e meia neste projecto (ou menos!). | |