Terça-feira, 30 de Outubro de 2007
No Emprego...
Não desperdiçar material só porque quem paga é o patrão.
Mesmo que o seu patrão seja muito mauzinho, desperdiçar material não é, de todo, a melhor forma de o castigar.
Muito embora o custo financeiro desse desperdício não seja directamente paga do seu bolso, poderá sê-lo indirectamente já que as consequências ambientais se irão reflectir na sua saúde, bem estar e qualidade de vida (e dos seus filhos, familiares, amigos e milhões de desconhecidos inocentes). Lembre-se que tudo aquilo que desperdiça (papel, lápis, caneta, parafuso, etc.) precisou de matéria-prima, precisou de energia para ser produzido, embalado e transportado; e, no processo, gastou recursos e gerou poluíção.
No Ginásio...
Não desperdiçar litros e litros de água no chuveiro. O preço da inscrição/mensalidade até pode parecer justificar o gasto, mas lembre-se que as zonas desérticas estão a avançar por todo o mundo e aqui mesmo, em Portugal, existem várias regiões em perigo; lembre-se os custos de purificação da água para que se torne potável são cada vez mais elevados (e é o consumidor quem paga!); lembre-se que os rios e fontes estão cada vez mais poluídos e os seus ecossistemas cada vez mais ameaçados; vai certamente lembrar-se de muitas outras coisas que agora me escapam, mas não esqueça aquelas pessoas que diariamente fazem dezenas de quilómetros – a pé – para ir buscar um balde de água para as suas mais básicas necessidades.
Na Rua...
Não deitar lixo para o chão. Isto é mais do que simplesmente ser verde – isto é não ser grunho! É coisa que não entendo: que prazer é que pode dar passar por uma rua onde vemos todo o tipo de porcaria pelo chão? E não venham dizer que não vale a pena, que ninguém tem cuidado. Ora essa, os outros ninguéns que se preocupem com eles, desde que você faça a diferença – pode ser até que haja algum ninguém que decida seguir-lhe o exemplo. Por exemplo, onde eu moro, ninguém se preocupa em retirar os cocós dos seus queridos cãozinhos, mas eu tiro os do meu e coloco no contentor - sempre. Os moradores de alguns prédios vedam os respectivos jardins para que o animais não possam ir lá “fazer as suas necessidades”, mas levam os seus cãozinhos aos jardins dos outros prédios – isto é ser o quê? Então, e eu vou ser “isso”, só porque todo o mundo ali é? Não, nem pensar! Eu tiro, não me custa nada; e pelo caminho ainda junto alguns dos papeis de publicidade que alguns “issos” resolvem atirar para a rua em vez de colocar no contentor, ou melhor ainda, no eco-ponto que é logo ali ao lado.
No WC Público...
Só porque não é você que paga a água e o papel será que tem mesmo que gastar 3 vezes mais do que aquilo que necessita?
No Automóvel...
Não acelere desalmadamente quando todo o mundo já viu que não há espaço para grandes progressões e vai ter que travar (também a fundo) logo a seguir – gastou combustível, calços de travão, embraiagem, etc. – e para quê?
Não vá de carro quando pode ir de transportes públicos – gasta combustível, aborrece-se com os outros automobilistas, queima tempo e paciência (e talvez também a carteira) à procura de estacionamento, etc.
Se não tem transportes públicos tente arranjar alguém com quem partilhar o uso da viatura – fica mais barato a ambos.
Mas para saber tudo, o melhor mesmo é consultar o blog que referi no meu post anterior...
Em casa...
Ah, mas em casa você não desperdiça , certo? Não, que a vida não está nada fácil!
Ora bem!
Sexta-feira, 26 de Outubro de 2007
Porque nem só de jardins e plantas vive este blog. E porque ser verde não é só jardinar, hoje vou deixar-vos por sugestão para este fim de semana, uma visita ao blog Menos Um Carro, que se auto descreve assim: “Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas”.
Tem estado em destaque nos blogs do Sapo e foi assim que o descobri. O destaque é bem merecido pois trata-se de um blog excelente, muito pertinente e bem elaborado. Como se percebe, aborda a forma (por vezes abusiva, a maior parte das vezes excessiva e desnecessária) como utilizamos o automóvel; especialmente nas grandes cidades onde a oferta de transportes públicos é de significativa quantidade e (por vezes!) qualidade. E não se fica por aqui - dá sugestões e informações úteis sobre transportes, além de abordar ainda causas e consequências.
Quinta-feira, 25 de Outubro de 2007
- Oito jardins residenciais correspondem a 70 toneladas de ar condicionado?
- A um conjunto de relva, herbáceas, arbustos e árvores existentes num espaço, corresponde a uma diminuição de 50 % da poluição sonora?
Estes factos falam por si quanto à importância da existência de espaços verdes em meios urbanos. As suas vantagens são muitas, nomeadamente a diminuição das amplitudes térmicas (melhoria do conforto térmico), a diminuição da poluição sonora, o aumento de permeabilidade dos solos e consequente redução de risco de inundações, o aumento da humidade no ar, a melhoria da qualidade do ar, para além dos aspectos de lazer, recreio e paisagísticos, entre muitos outros.
Um outro aspecto importante na percepção desta matéria são as inúmeras vantagens das árvores caducifólias (de folha caduca) em detrimento das perenes nos nossos espaços públicos urbanos, sejam eles jardins, parques, arruamentos, praças, etc.
As árvores caducifólias são as que deixam cair totalmente as suas folhas de Inverno e as perenes ou persistentes são aquelas em que a maioria das suas folhas persistem durante todo o ano. A maioria das árvores existentes é caducifólia, pois este processo de rejuvenescimento anual permite ganhar defesas e obter um melhor desenvolvimento, uma maior capacidade de resistência a agentes patogénicos, assim como uma maior capacidade reter nas suas folhas as poeiras de poluição atmosférica, relativamente às árvores de folhagem persistente.
Apesar da maioria da população residir em zonas urbanas, não devemos dissociar-nos dos ciclos naturais que fazem parte da nossa existência. O amarelecimento das folhas e a sua queda são processos naturais da vida, de enorme beleza, que significam o fecho de um ciclo e início de outro tão ou mais importante … e não deve ser visto como um “problema de limpeza”!
Até porque as folhas que caem no chão podem ser aproveitadas para compostagem, resultando a matéria orgânica em substrato para as floreiras das nossas varandas ou para os canteiros do nosso jardim.
Na Natureza, nada se perde, tudo se transforma; e devemos aceitá-la como ela é, compreendê-la e vermos as pequenas maravilhas que estão sempre a acontecer mesmo ao nosso lado!
É só preciso olhar para o que nos rodeia…
Terça-feira, 23 de Outubro de 2007
Preparação
Antes de proceder a uma nova plantação, certifique-se que o vaso que vai ser usado nesta operação está bem limpo e desinfectado, quer este seja de terracota, pedra, cimento, madeira ou cerâmica. Se o vaso já tiver sido utilizado pode proceder à desinfecção lavando com uma solução feita com 1 parte de lixívia para 9 partes de água.
dica verde: considere reutilizar recipientes como latas, alguidares, bidões, garrafões, etc. Use um pouco de imaginação e torne-os atraentes e decorativos, com uma camada de tinta, por exemplo.
Drenagem
Uma boa drenagem é um aspecto fundamental para a boa saúde das plantas em vasos. Garanta a drenagem no fundo dos vasos e o desimpedimento dos orifícios. Faça um ou mais furos em recipientes onde estes não existam, conforme o tamanho do recipiente.
No fundo do vaso deve ser colocada uma camada para drenagem que pode ser feita de argila expandida, pedrinhas pequenas, areia grossa ou mesmo cacos (de terracota, vidro, ...). Tenha o cuidado de garantir que esta camada não entope os orifícios de escoamento.
dica verde: utilize bocadinhos de esferovite, além de ser um material leve. não é biodegradável por isso está a contribuir para reduzir o volume de lixo nos aterros.
Separação de estratos
Entre a camada de drenagem e o substrato, coloque uma manta de separação para evitar as perdas de terra juntamente com a água das regas ou da chuva.
dica verde: além do material próprio, pode também usar filtro de exaustor, meias velhas de nylon ou qualquer outro tecido de que seja bastante permeável.
Colocação de terra vegetal
Encha o recipiente com uma mistura de terra para vasos até cerca de três quartos. Não deve ser utilizada terra de jardim por ser demasiado compacta e pesada.
De seguida coloque o vaso em que a planta está para verificar o espaço que o torrão irá ocupar.
Para enriquecer a mistura pode acrescentar também composto.
Preparação da planta
Mergulhe a planta, dentro do vaso original, num balde com água e deixe-o abaixo do nível da água durante alguns minutos para que o torrão fique completamente humidificado. Esta operação só é necessária para o caso das plantas se apresentarem dificeis de retirar do vaso de origem, normalmente basta apertar o vaso em toda a volta para descolar facilmente a planta.
Segure a planta pela base do caule, solte a terra e as raízes do fundo e coloque-a dentro do novo recipiente.
Plantação
Acondicione a nova terra à volta das raízes e proceda ao seu acamamento, até chegar ao mesmo nível à volta da planta.
No final, e para que as raizes se comecem imediatamente a acomodar ao novo espaço, regue bem a planta.
Resultado final
Este texto (e imagens) foi feito com base na página A Plantação Passo a Passo que encontrei no espaço "Ambiente" do site da Câmara Municipal do Seixal, onde existem vários outros artigos de interesse, como: Práticas para uma jardinagem sustentável, Eco Sugestões ou Dossier Temático - Plantas autóctones.
Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007
Para quem se tenha sentido inspirado pelos posts anteriores e tenha decidido começar a transformar a sua varanda num jardim, sinto-me na obrigação de deixar alguns conselhos e também alguns alertas.
Um jardim é uma obra permanentemente inacabada.
Um jardim, seja em terra, seja em vasos – numa varanda ou terraço, é um organismo vivo, como tal encontra-se um permanente mudança. Há plantas que crescem, há plantas que florescem, há plantas que morrem, podem surgir infestações, condições climatéricas extremas, etc., etc. ... A grande beleza da jardinagem é podermos cuidar das nossas plantas e seremos recompensados pelos nossos cuidados, com uma bela flor, com novos ramos e folhas, com filhotes... Eu considero isto como a versão arcaica dos actuais jogos de computador (nas versões de estratégia); só que muito mais natural, bonita, relaxante e imprevisível.
Ter sucesso com um mínimo de esforço.
Para os jardineiros menos experimentados e também para aqueles com pouco tempo disponível, é fundamental ter sucesso com um mínimo de esforço, pois os insucessos são o principal elemento de desmotivação.
É claro que não se pode comprar uma planta e um vaso, colocar a planta no vaso com um pouco mais de terra, deixa-la ficar e esperar que se mantenha saudável e linda, sem mais esforço. Vejo muitas vezes (especialmente quando um apartamento troca de morador) as varandas serem povoadas por floreiras com bonitas plantas que passado algum tempo secam e as floreiras lá ficam – vazias! O que se passa é que as pessoas escolhem as plantas em função do seu aspecto sem se informarem sobre as suas características e necessidades, que na maior parte das vezes não é compatível nem com o local, nem com a disponibilidade para cuidar delas.
Para quem quer começar e/ou tem pouco tempo disponível.
É fundamental, indagar junto dos centros de jardinagem as características das plantas que vos agradam em termos de tolerância a ventos e temperaturas, necessidades de água e também de fertilização. O ideal será começar com uma pequena quantidade de vasos (3 no máximo) com plantas resistentes e de cuidado fácil. Procurem plantas com ciclo de vida perene, que resistam bem à seca e ao calor (condições habituais em muitas varandas e terraços), sem grandes necessidades de fertilização, com ou sem floração conforme a preferência. Depois é só desfrutar do prazer de ter um cantinho verde onde se podem observar as alterações que vão acontecendo, as novas hastes e folhas, as que morrem, o que acontece quando tem sede, como recupera quando recebe água, o aparecimento das flores, como reage à fertilização...
Plantas em vasos requerem maiores cuidados.
É lógico! Em vasos as plantas requerem mais cuidados do que se plantadas directamente na terra, não só porque os recursos são muito mais limitados, mas também porque estão muito mais expostas às variações climáticas e às pragas. É necessário um maior controlo na irrigação (nem deixar secar, nem deixar encharcar!!), fertilizar com maior frequência e quando surgem pragas, atacá-las tão depressa quanto possível.