Eu avisei que vinham aí mais posts sobre o lixo.
Além de não largar o lixo, continuo às voltas com a letra R e o que ela representa para a preservação do ambiente. E porquê? Porque penso que, para que se registe uma efectiva adesão das pessoas à Reciclagem e à Redução, é indispensável uma boa compreensão da problemática do lixo, nas suas várias vertentes.
Os 4 R’s – Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recuperar
Lixo desaparecido mas não esquecido
A maior parte do lixo que produzimos é canalizado para aterros sanitários, lixeiras ou incineradoras regionais. Mas a população tem crescido significativamente, e quantidade de lixo produzido tem crescido exponencialmente fazendo com que os aterros encham muito mais depressa do que o esperado e antes que se consigam encontrar locais alternativos para construir novos aterros. Por outro lado, os aterros criam novos tipos de lixo. À medida que o lixo se decompõe, o resultado dessa decomposição juntamente com a humidade proveniente da água das chuvas produz um líquido (ou lama) lixiviante, também designado por lixiviado. È no entanto possível, nos aterros mais recentes, que estes tenham sido concebidos de forma a incluir um sistema de redução da humidade e, muitos terão certamente também, um processo de recolha e tratamento dos lixiviados.
O lixo em decomposição produz ainda dois tipos de gases responsáveis pelo efeito de estufa: dióxido de carbono e metano, um gás invisível, inodoro e altamente inflamável. Em alguns aterros sanitários este gás é recolhido e queimado para produzir energia (biogás).
O processo de decomposição requer água e oxigénio. Mas estes elementos são escassos no interior de um aterro, fazendo com que a decomposição aconteça muito lentamente. Na realidade, a prospecção feita por investigadores ao núcleo de um aterro sanitário nos Estados Unidos levou à descoberta de jornais depositados há mais de 30 ano, ainda em estado de poderem ser lidos.
Muitas vezes recorre-se à incineração para proceder à queima de resíduos sólidos urbanos em ambiente controlado. Este procedimento alivia os aterros, mas cria outros problemas ao ambiente. As cinzas têm de ser depositadas, ou em aterro, ou, caso sejam tóxicas, num depósito apropriado para desperdícios perigosos. A queima de lixo produz ainda gases ácidos, dióxido de carbono e químicos tóxicos que terão de ser tratados através de dispendiosos equipamentos de filtragem de ar, caso contrário estarão a contribuir para o aumento das chuvas ácidas; para a degradação da camada de ozono e para o aumento da poluição atmosférica.
Reciclar é apenas uma das forma de reduzir lixo. Para se ser verdadeiramente eficaz, devemos tentar incorporar a filosofia dos 4Rs Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recuperar, na nossa rotina diária.
Reduzir a quantidade de lixo que produzimos é, de longe, a maneira mais eficaz de combater o fluxo de lixo para os aterros. As embalagens representam cerca de metade do lixo que produzimos em volume e cerca de um terço em peso.
Ao fazermos compras, podemos tentar dar preferência a produtos com pouca ou nenhuma embalagem.
Aquilo que não podemos Reduzir, devemos então tentar Reutilizar.
Reparar um velho rádio, ao invés, de sair para comprar um novo.
Utilizar frascos, latas e recipientes de plástico para guardar restos de comida, alimentos avulso ou pequenos artigos domésticos.
Sempre que possível adquira artigos de boa qualidade que durem um bom tempo.
Materiais e embalagens que não possam ser reutilizados devem ser então reciclados, em casa, no trabalho e na escola.
Você pode contribuir para a Reciclagem dando preferência à aquisição de produtos reciclados ou recicláveis.
Quando se encontra numa loja, faça a si mesmo três perguntas: este produto ou a sua embalagem pode ser reutilizado ou reciclado? Foi produzido a partir de material reciclado? Sempre que possível tente que as suas aquisições vão ao encontro destes critérios.
Finalmente, Recupere energia a partir de desperdícios que não possam ser utilizados em qualquer outra coisa. Este quarto R é difícil de por em prática pelo cidadão comum; é mais orientado para a indústria.
Sabia que?
No Canadá os aterros sanitários representam cerca de 30% do total de emissões de gás metano do país. O metano é 20 vezes mais potente como gás de efeito de estufa do que o dióxido de carbono.
Sabia que?
17 milhões de Canadianos (cerca de 2/3) têm acesso a serviços de reciclagem.
A linguagem dos Rs
O circulo mobius, símbolo internacional da reciclagem, encontra-se em grande número de produtos.
Um circulo mobius sobre um fundo branco ou claro, significa que a embalagem ou o produto podem ser reciclados onde exista acesso a centros de reciclagem.
Um circulo mobius branco ou claro, sobre um fundo escuro ou preto, avisa os consumidores de que o produto contém materiais reciclados.
O circulo mobius é geralmente acompanhado por sinalética indicativa da percentagem de material reciclado de origem pós-consumo(aquele que deitamos no eco-ponto e que é recolhido para reciclagem) e da percentagem de origem pós-industrial. O material reciclado pós-indstrial é o material que sobra do processo de fabrico e que reentra esse mesmo processo. Este material nunca foi utilizado pelo consumidor final. Os produtos que contém materiais reciclados de pós-consumo são preferíveis pois já foram utilizados pelo consumidor final, pelo menos uma vez, o que os torna “mais reciclados” do que os materiais pós-industriais. Mas atenção! O facto dos produtos terem o símbolo da reciclagem, não significa que estes possam automaticamente ser reciclados na sua área de residência. Por exemplo, muitos programas de reciclagem local não recolhem nem tratam cartão. Estar bem informado sobre que materiais são ou não são recicláveis na nossa área de residência pode ajudar a fazer as melhores escolhas no momento de efectuar uma compra.
(ver mais sobre a simbologia da reciclagem
aqui)